Porque Cristo enviou-me, não para batizar, mas para evangelizar; não em sabedoria de palavras, para que a cruz de Cristo se não faça vã. (1Co 1:17)
Eu questionei esta pergunta ainda pouco, antes de ler essa passagem. Como a cruz de cristo se torna vã para um cristão?
A cruz de cristo se torna vã, quando nós não mais vivemos no poder da redenção e da obra que foi efetuada por cristo por meio dela. É notável como a cruz como doutrina era uma experiência de vida na vida de Paulo, e como essa mesma doutrina está completamente fora de moda em nossos púlpitos modernos. Eu temo que para a maioria dos cristãos esta experiência de cruz, seja algo estranho, fora de moda e desagradável. Ela vai de encontro aos nosso estilo de vida, a cruz ofende nosso orgulho, ataca nossa conduta superficial. De fato a cruz não conduz ninguém a uma vida superficial,ela não gera efeitos artificiais, e por isso mesmo ela é estranha, porque ela coloca o cristão na dimensão de uma vida radical, a cruz esmaga nosso senso de importância, aniquila a centralidade do eu, é uma afronta violenta as paixões infames da natureza caída. A cruz é uma revolução espiritual contra a nossa carne. E isso não é bom, para quem ama a vida terrena e é apaixonado pelo sistema do mundo. Jesus assim ensinou “Então disse Jesus aos seus discípulos: Se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz, e siga-me;” (Mt 16:24). Isso não é um desafio, Jesus mesmo disse que quem quiser seguir após Ele, tem que tomar uma cruz. É lógico que na linguagem do salvador a referencia não era a literalidade de uma cruz sólida, mas os efeitos radicais que um crucificado precisa enfrentar na condição de aceitar uma crucificação. Paulo tinha essa experiência. Conta a história que ele foi decapitado, não crucificado, mas vimos esse mesmo apostolo contando sua experiência de crucificado: “Mas longe esteja de mim gloriar-me, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo. (Gl 6:14). Essa era a experiência desse apostolo. Uma glória partindo da cruz, um relacionamento quebrado com o mundo partindo da morte da cruz. A cruz era experiência de vida para Paulo, e essa deve ser a nossa experiência, de outra maneira as palavras de Cristo em Mateus 16:24 perde seu sentido, e quando elas perdem o sentido, a cruz se torna vã. Quando a vida espiritual do cristão não está sob os efeitos radicais da cruz, essa cruz é vã. É nesse sentido que devemos compreender o quanto é importante que tenhamos os sinas de um crucificado, quando a questão é o relacionamento com o mundo e com o poder da nossa natureza terrena, a cruz precisa ter efeito na vida do cristão. A cruz mata, ela matou o salvador, mas não é somente isso: “E pela cruz reconciliar ambos com Deus em um corpo, matando com ela as inimizades. (Ef 2:16) ela mata os relacionamentos profanos, mata o temperamento inferior, mata a amizade com o mundo, mata os vícios, mata as concupiscências, a cruz tem o poder de matar todos os inimigos que combatem contra a salvação de uma alma penitente. Sem experimentar o poder da aniquilação da cruz, é impossível de experimentar o poder da ressurreição daquele que foi por nós crucificado. É viável esse poder da ressurreição? Claro que sim! Mas somente para aqueles que já foram crucificados com cristo, que trocaram as glorias da vida carnal e terrena pela vida que emana depois da cruz, mas que antes precisam também passar pela morte. A cruz tem o poder de matar, mas cristo tem o poder de ressucitar, por isso só a cruz de cristo nos garante uma morte para a experiência do poder da ressurreição. “Para conhecê-lo, e à virtude da sua ressurreição, e à comunicação de suas aflições, sendo feito conforme à sua morte; “(Fp 3:10). Isso não é maravilhoso? Talvez você pergunta: porque não ouço uma mensagem dessa natureza no púlpito da minha igreja? A resposta é simples, a maioria dos ocupantes de altares modernos, não são pessoas que passaram pela experiência da morte da cruz. A maior parte das mensagens provem do poder das emoções, da manipulação psicológica, do poder da persuasão, e não do poder espiritual genuíno. Porque um poder espiritual autentico só vem depois da morte do ego, do próprio eu. O pentecostes aconteceu depois da cruz e da ressurreição e não antes disso, assim é também na experiência pessoal. Primeiro a morte, depois o poder espiritual. Sem passar pela cruz, qualquer fogo não genuinamente pentecostal, é fogo estranho, não fogo celestial. Ninguém pode experimentar o fogo de uma nova vida de ressurreição, sem passar pela morte da crucificação. A glória celestial precede a vergonha da cruz, assim como as glorias terrenas precedem a ruína eterna.
“Olhando para Jesus, autor e consumador da fé, o qual, pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-se à destra do trono de Deus.” (Hb 12:2)
primeiro a morte da cruz, depois o assentar na destra de Deus. Primeiro a afronta depois a exaltação. “Na verdade, na verdade vos digo que, se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas se morrer, dá muito fruto.” (Jo 12:24). Muitos querem ser uma benção, querem frutificar, mas não querem morrer, não querem a experiência da cruz.

CLAVIO JUVENAL JACINTO

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