Há momentos que você se encontra sozinho,
Não há irmãos na fé,
Ou amigos ao seu lado.
O tempo da crise é o tempo da solidão
Quando o sol brilha mais e você vê mais
E as evidencias são mais fortes que a hipocrisia
Você não aceita os que querem acreditar na utopia

Há quem diga ser irmão sem ser
Sem ter dó da sua dor
Sem compartilhar das decepções
Sem carregar teu fardo pesado
Sem amenizar o pesadelo
Você não encontra ele ao teu lado para ajudar
Mas logo vê na esquina dos difamadores
Pra te acusar

Todo o momento em que a verdade triunfa
É o momento da solidão
A conveniência escraviza as consciências
A mornidão adormece o coração
O silencio dos hipócritas são chagas expostas
São feridas trituradas
Fontes abertas de entulhos

Há quem diga ser irmão sem ser
Por não compreender a dor que assola
Por não conviver com a mentira que amola
E as frechas desse muro artificial chamada fingimento
Ruirá para a vergonha de seus construtores

Eu estou sozinho
As pessoas fingem não ver
Brinco de esconde-esconde com a paciência
Corro atrás de amigos que meu coração inventou
E nessa batalha da vida,
Quem estava a minha frente como capitão
Está na retaguarda lutando contra mim

A solidão faz o deserto
Ainda que seja em meio ao jardim mais florido
E nas sepulturas desses fingidos
Brotam os abrolhos da falsidade
Espinhos que geram a dor de que existem falsos amigos
Tais tentam apagar a minha memória
Para encher o cálice da minha indignação

Eu estou sozinho
No alto, no cume vejo rastejar...
Esses unidos pelos laços da injustiça
Eles são felizes por inalar o pó do império
E por outorgar as leis de assédio da própria conduta
Elevando altares para o ego
Fazendo de si mesmos dignos da glorificação

E sozinho começo a rir
Pois descobri que sou mais feliz
Mesmo caminhando sozinho prossigo,
Os falsos que fiquem pra trás
Construindo suas torres babélicas de relacionamentos apócrifos
Porque ao seu tempo os heróis se erguem do anonimato
E marcam a história da civilização através de seus feitos

Entre escolher o suicídio da verdade
Ou o martírio pela verdade
Estou disposto ao martírio.



CLAVIO JUVENAL JACINTO

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